sábado, 7 de novembro de 2009

Because it feels so good

A queda é grande. Não importa muito a altura ou quanto tempo você demorou para subir, quando você cai, você se machuca, é inevitável. Quando você cai você demora um tempo para abrir os olhos e acreditar que caiu feio. Você vê tudo muito embassado e não quer tentar se mexer porque tudo parece doer. Depois você vai se mexendo aos poucos, cada minuto/hora/dia/mês que passa você mexe um pouquinho. Você mexe alguma parte para poder se lembrar de que ainda está vivo. Finalmente se levanta, "NOSSA, era melhor ter ficado onde eu estava" pensa, se engana, com medo do que ainda está por vir. Estala todo o corpo, alonga os músculos, enxuga as lágrimas e dá o primeiro passo. "AI", dói um pouquinho aqui, dói um pouquinho ali mas dá pra caminhar, afinal de contas, é caminhando que se encontra o caminho, não é? Então você anda, anda, anda, anda e parece estar andando em círculos, as dores passaram, não tem nada sangrando, nenhuma cicatriz, nenhuma ferida aberta, tudo devidamente curado com o tempo. Mas o que impede de sair dos círculos é que você não consegue esquecer o quanto foi bom aquele pequeno espaço de tempo entre a o chão e o pulo. Você não esquece o quanto foi delicioso pular, o momento do salto, o vento na cara, milhões de duvidas, tudo passando muito rápido na sua frente, a sensação de liberdade, o ar puro, o medo, a coragem, foi uma liga nunca experimentada antes, uma coisa que você nunca teve coragem de fazer mas dessa resolveu se arriscar mesmo, sem olhar para trás, pulou de cabeça naquele mar de incertezas. Talvez você nunca esqueça o quanto foi bom pular, talvez você nunca se esqueça o quanto doeu a queda, mas de uma coisa você tem certeza, vai demorar um tempo até você ter coragem de dar outro pulo desse.

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