quinta-feira, 8 de maio de 2008

Próprio tempo

Eu queria muito ter alguém. Alguém que ficasse 24 horas comigo sem eu enjoar. Alguém pra me ouvir, me ouvir, só me ouvir. Sem julgar. Alguém que me entendesse por completo. Alguém que aceitasse cada erro meu. Alguém que me dissesse todos os dias que sou linda, de qualquer jeito. Alguém que realmente estivesse aqui, pra tudo. Sem criticas, sem mentiras, sem ciúmes. Alguém que estivesse lá naquela hora, aqueeeela hora sabe? Que a gente olha pro lado e não vê ninguém.
Tive isso só uma vez. Por poucos meses. Foram o bastante para eu saber que era essa a vida que eu queria. Era uma sensação nunca vivida antes. Acho que nem ela (é, é ela mesmo) entende o quanto foi intenso. Confiança, é essa palavra que define.
Era como se fosse um sonho, ás vezes eu acordava e a via ao meu lado e mal podia acreditar que finalmente não estava sozinha. Aproveitei cada segundo seu, não deixei nada pra depois pois no fundo sabia que iria acabar. E esse é o grande problema de sonhos, eles tem essa mania de acabar e fazer a gente voltar para realidade. Mas não se preocupe, gravei tudo, sem excessão. A imagem continua tão nítida quanto no momento em que foi gravada. Cada dor, cada gesto, cada conversa, cada som está tudo na parede da minha memória.
Mas hoje em dia eu faria diferente. Deixaria para depois. Porque afinal das contas temos todo o tempo do mundo.

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